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05/11/2020

Leitura secreta

Tenho o hábito de escrever uma breve resenha do que leio no meu instagram @r.murta. Essa foi uma maneira que encontrei de compartilhar o que leio com amigos, assim como receber dicas de leitura. Ano passado alguns amigos perceberam (tipo Gabriel Senra) que eu pulei a resenha do 10º livro. Não, não era trapaça. Tive o privilégio de ser beta tester do livro do Paulo Veras, que na época nem tinha título, e eu não podia divulgar a leitura. Fazer parte do seleto grupo de Startups investidas por Paulo Veras tem suas responsabilidades, mas também suas regalias.

O livro era o recém lançado Unicórnio Verde Amarelo. Na saga, Paulo conta a aventura de ir de uma Startup de 3 pessoas (Paulo, Renato e Ariel), a 99 Táxi, para um empreendimento de $1Bi de dólares, em pouco mais de 5 anos, e entrar para a história como primeiro unicórnio brasileiro. Como o livro está recheado de histórias interessantes, contar duas delas não será um grande spoiler.

Dois spoilers

A primeira história foi uma ação de marketing que não deu muito certo no Natal de 2014. Tentando inovar, o time de marketing da 99 teve a ideia de fantasiar Paulo Veras de papai noel para fazer um corrida surpresa com passageiros aleatórios. A intenção era surpreender o passageiro, e aproveitar para bater um papo, pegar feedbacks e fazer o trajeto sem cobrar nada, mas a reação não foi a esperada. A surpresa realmente ocorreu, mas não foi positiva. Afinal, quando você espera encontrar um táxi, e aparece um mini cooper vermelho com um motorista fantasiado de papai noel, algo parece um pouco estranho. A passageira agradeceu, mas disse que preferia um táxi de verdade.

A segunda história foi o pagamento em dobro dos taxistas, que me lembrou um caso que se passou com o Airbnb, quando um funcionário do time de tecnologia acidentalmente apagou uma base de dados com todos os cadastros de estabelecimentos. No caso da 99, Jack, um dos primeiros funcionários do time, cara extremamente dedicado e vestidor da camisa da empresa, cometeu um engano no envio do arquivo de pagamento dos motoristas para o banco, e pagou as corridas do final de semana em dobro, causando um prejuízo de 100 mil reais. Não, não tinha mais como cancelar a transação. Jack achava que seria seu último dia na 99 mas, como no caso do Airbnb, as pessoas sabiam da dedicação dele, e que não tinha má fé envolvida. Jack continuou na empresa (assim como o colaborador do Airbnb). Resolveram transformar limão em caipirinha, e fazer do caso uma ação de marketing para os motoristas.

Os pares e ímpares de empreender

Acho que as duas histórias acima mostram o espaço para errar e inovar que todas as empresas precisam ter, se querem fazer algo diferente. Sem dúvida a 99 é uma história de sucesso, mas muitas tentativas e frustrações ocorreram no meio do caminho. Essa é uma das coisas que mais gostei na leitura: o livro não é focado no sucesso, mas sim em mostrar de forma nua e crua como o caminho até ele é tortuoso e desafiador, cheio de pares e ímpares (leitores do livro entenderão). Mesmo que você não seja empreendedor / tech / startupeiro ou VC, a leitura é intrigante e agradável, daquelas que é difícil largar e deixar para depois.

A grande mensagem que fica para mim, é que acima do grande líder ou empreendedor de sucesso, Paulo é um grande ser humano, com pulso firme em suas colocações, mas sem nenhum tipo de estrelismo ou arrogância. E por que o título deste artigo? Porque temos muito orgulho de a Looqbox ter sido a primeira Startup em que o Paulo investiu depois de sua saída da 99, e poder contar com sua mentoria e inteligência no dia a dia.

As últimas palavras do livro são um convite: “Bora empreender?”

Aqui eu deixo a minha recomendação de que vale “empreender” nessa leitura.

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