Já diz a máxima popular: plante uma árvore, tenha uma filha (ou filho) e escreva um livro. Este ano, com o lançamento de ‘Conversando com Robôs‘, consegui riscar o primeiro item dessa lista. Escrever um livro sempre foi um sonho adiado, um desejo que parecia sempre ser deixado para depois. No livro, comento que, com o advento da nova geração das tecnologias de Inteligência Artificial Generativas, especialmente o ChatGPT, percebi que este era o momento perfeito para abordar um assunto pelo qual tenho paixão e ao qual me dedico há uma década.
Era início de janeiro, o tema que eu queria explorar já estava claro, mas entre a ideia e a materialização de um livro, há um longo caminho a ser percorrido. Como cientista de dados, meu primeiro passo foi coletar métricas, definir objetivos e buscar as pessoas certas para aprender mais sobre o assunto. Quantas páginas deveria ter o livro? Quantas palavras por página são comuns em uma obra literária? Qual seria o título? Como funciona o sistema de publicação? Quais seriam os materiais de impressão? Quantas cópias deveriam ser produzidas na primeira edição? Como seria a capa? Essas foram apenas algumas das inúmeras perguntas que surgiram durante o processo.
Decidi que o livro seria estruturado em formato de conversas. No total, explorei 16 conversas (ou temas), cada uma delas apresentando formas distintas de interação com a Inteligência Artificial em contextos diversos. As conversas variaram desde aspectos criativos, como compor uma marchinha de carnaval com o Bot, até temas mais sérios, como Educação Pública e tópicos científicos como Neurociência e Mecânica Quântica. O objetivo era oferecer um mosaico de possibilidades, mostrando ao leitor como aplicar a tecnologia conversacional em cada área.
Não foi uma jornada fácil, mas contei com parceiros incríveis: mentores, amigos, editores e familiares, que foram incansáveis na leitura e rerereleitura dos meus textos, até chegarmos à versão final. O arquivo foi criado em 7 de janeiro e fechado para a gráfica em 1º de junho. Cerca de 5 meses de trabalho intenso. Para um livro como este, percebi que a rapidez é essencial. Afinal, ninguém quer ler um livro sobre GPT-4 quando a versão 5 já estiver disponível. Só tenho a agradecer ao Daniel Pinsky e sua equipe na editora Labrador, que foram excepcionais e compraram o prazo apertado do projeto.
No momento, estou muito animado para nosso evento de lançamento, aberto ao público, que será feito de uma maneira diferente no dia 28 de junho, na Livraria Cultura da Av. Paulista, combinando Robótica e GPT-4. Acredito que esta será a primeira vez na história que uma Inteligência Artificial assinará as dedicatórias de um livro, em vez do autor. Eu criei um programa para reproduzir minha caligrafia e encontrei um grupo de entusiastas da tecnologia para fazer um robô escrevê-la. Mal posso esperar para ver o resultado! Agradeço ao Bruno Zabeu da Universal Robots e ao Túlio Pires da D20Moderno por embarcarem nessa ideia maluca comigo!
No que diz respeito ao título deste post, é minha maneira bem-humorada de responder à pergunta que sempre surge quando digo que estou escrevendo um livro sobre o GPT: foi você ou o GPT quem escreveu? Talvez, num futuro próximo, a Inteligência Artificial até possa escrever um livro como ‘Conversando com Robôs‘. Mas, com a tecnologia atual, o GPT ainda tem que comer muito arroz com feijão para chegar lá. Enquanto isso, respondendo à pergunta, eu mesmo que o escrevi. Espero que você se divirta com o livro e aprenda a aplicar a Arte de GPTear no seu dia a dia!